segunda-feira, 20 de maio de 2019

Anel vaginal: saiba mais sobre esse método anticoncepcional

O anel vaginal é um método contraceptivo hormonal combinado tal qual a pílula anticoncepcional e, apesar de ser um pequeno objeto que deve ser inserido através do canal vaginal, não é um método de barreira como o diafragma e os preservativos feminino e masculino.

Assim como a pílula, o anel vaginal depende da mulher para atingir sua alta eficácia contraceptiva. O que diferencia o anel e a pílula é a via por onde os hormônios são liberados e a probabilidade de cometer erros durante o uso. Consultamos o médico ginecologista e obstetra do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, Murilo de Lima Brazan (CRM-SP: 161709), para dar mais detalhes a respeito desse método.

O que é o anel vaginal?

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O anel vaginal é um anel de silicone, flexível, transparente, de superfície lisa e sem porosidade e, portanto, não absorvente. Sua forma e tamanho são pensados para facilitar sua inserção no canal vaginal, já que ele deve ser manuseado e inserido pela própria mulher – são cerca de 5 cm de diâmetro e 4 mm de espessura.

É um método anticoncepcional hormonal, ou seja, funciona liberando hormônios no organismo da mulher. O ginecologista e obstetra Dr. Murilo de Lima Brazan explica que o anel é considerado um método combinado pois une o uso de dois hormônios femininos: progesterona e estrogênio, ambos encontrados nas fórmulas de pílulas anticoncepcionais.

Como o anel vaginal funciona?

O anel funciona liberando os hormônios progesterona e estrogênio diretamente na corrente sanguínea. Isso impede que a mulher ovule e aumenta a espessura do muco cervical, dificultando, assim, a ascensão de espermatozoides. Tal qual a pílula anticoncepcional, o anel libera hormônios por 21 dias (entretanto algumas cartelas de anticoncepcional podem conter 24 pílulas ativas) e pede uma pausa – que pode ou não ser respeitada – de 7 dias, período em que a mulher retira o anel e o substitui por um novo.

Dr. Brazan ratifica que o uso do anel não dispensa o uso de preservativos, pois o método não impede a transmissão de infecções sexualmente transmissíveis, as ISTs, como HIV, HPV, Hepatites B e C, sífilis etc. E ainda afirma que o anel é recomendado apenas para mulheres que já tiveram relação sexual com penetração vaginal, pois é inserido de forma semelhante a de um absorvente interno.

Entender como o método funciona é a melhor maneira de saber se ele é o método ideal para você. Na dúvida, sempre consulte um médico ginecologista.

Como usar o anel vaginal?

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Para o primeiro uso é aconselhável a instrução de um médico ginecologista acerca do melhor dia para inserir o anel. Para colocar o anel basta apertá-lo entre o polegar e o indicador, formando uma imagem semelhante a um 8, e o inserir no canal vaginal na vertical até alcançar uma região flexível e bem pouco sensível logo abaixo do colo do útero, o que evitará desconfortos.

O anel deve ficar nessa posição por 21 dias. Após esse período, ele deve ser retirado. A mulher então tem duas opções: substituir por um novo imediatamente, inibindo a menstruação; ou substituir após 7 dias, criando o intervalo no qual ela menstruará.

A aparência do anel vaginal é semelhante à do diafragma, mas não confunda-os! São métodos completamente diferentes. Brazan explica que o diafragma é um método de barreira e age impedindo fisicamente o contato entre espermatozoide e óvulo, enquanto o anel age quimicamente evitando que haja ovulação. Dessa forma, mesmo em relações sexuais sem preservativos, a possibilidade de ocorrer uma fecundação é baixíssima (0,3%).

O ginecologista ainda afirma que não há necessidade de usar outro método contraceptivo concomitantemente ao anel vaginal, exceto preservativos. Por ser altamente eficaz se usado corretamente, não é preciso associá-lo a métodos de barreira ou espermicidas, até porque a eficácia do espermicida é uma das mais baixas entre os contraceptivos.

Vantagens e desvantagens

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As vantagens e desvantagens do uso do anel vaginal são bastante semelhantes às de outros métodos hormonais com alguns significativos diferenciais.

Vantagens

  • Controle do ciclo;
  • Controle das cólicas;
  • Controle do volume menstrual;
  • Redução dos sintomas da TPM;
  • Redução da oleosidade da pele e do cabelo;
  • Menor incidência de spotting – escapes de sangramento no meio do ciclo;
  • Redução dos efeitos colaterais do uso de estrogênio por via oral – como dores de cabeça e náuseas;
  • Benéfico para pacientes de cirurgia bariátrica, visto que as mudanças no trato digestivo podem afetar a absorção de medicamentos utilizados por via oral;
  • Redução da probabilidade de uso errado, já que o anel é inserido 1 vez por mês e não precisa ser trocado por pelo menos 21 dias.

Desvantagens

  • Manipulação da vagina (porque pode ser um empecilho para algumas mulheres);
  • Aumento da lubrificação da vagina (pois pode ser confundido com corrimento).
  • Perguntas frequentes sobre o anel vaginal

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    Quando tratamos da liberação de hormônios em nosso organismo, precisamos ter cuidado e atenção, afinal, tanto a falta quanto o excesso de hormônios é prejudicial. Nesse processo é comum que dúvidas surjam. Pedimos a ajuda do Dr. Murilo Brazan para responder as mais frequentes:

    1. Para quem o anel vaginal é contraindicado? Para mulheres com histórico de trombose venosa profunda, embolia pulmonar, infarto, derrame cerebral (AVC), diabetes e hipertensão descontrolados, mulheres com câncer de mama ou com mais de 35 anos, fumantes ou com doenças graves no fígado, grávidas e mulheres que fazem uso de medicamentos anticonvulsivantes.

    2. Existem efeitos colaterais? Os efeitos colaterais são semelhantes aos da pílula anticoncepcional pois utilizam os mesmos hormônios, são eles: dores de cabeça, diminuição da libido, dores de barriga e náuseas e maior incidência de infecções vaginais.

    3. O anel vaginal pode ser usado durante a amamentação? Ainda há bastante controvérsias na comunidade médica a esse respeito, portanto, até que estudos confirmem que não há risco, não é recomendado utilizar métodos contraceptivos hormonais combinados por ao menos 6 meses durante a amamentação. Entretanto, mesmo sem amamentar, a mulher deve respeitar um período mínimo de 42 dias para retomar o tratamento com anticoncepcional para reduzir o risco de problemas vasculares.

    4. Como tirar o anel vaginal? Basta segurar o aro com um ou dois dedos e o puxar.

    5. Qual a eficácia do anel vaginal? Se usado corretamente, sua eficácia é de 99,7%.

    6. O anel vaginal pode ser usado durante o sexo? Sim! O anel fica posicionado logo abaixo do colo do útero, portanto não interfere no ato sexual.

    Lembre-se que é imprescindível o acompanhamento de um ginecologista durante o tratamento com anticoncepcionais, especialmente os hormonais. Cada organismo é diferente, portanto, sempre que sentir necessidade, consulte um especialista. Insista em encontrar o melhor método para você, é a sua saúde que está em jogo.

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